Plicoma anal: o que é, causas e sintomas

Após procedimentos cirúrgicos na região anal, podem surgir excessos de pele, chamados plicomas. É normal algumas pessoas confundirem com hemorroidas, mas, ao contrário dessa doença, o plicoma anal não sangra, a não ser quando ocorre algum tipo de atrito específico que leva à fissura da pele.

Se você está se perguntando a causa do plicoma anal, saiba que toda cirurgia deixa algum tipo de cicatriz e, normalmente, essas peles sobrando surgem após o procedimento, podendo ser pequenas — não causando qualquer desconforto — ou maiores — doem, dificultam a higiene, coçam, sujam a roupa íntima e podem causar infecções urinárias, genitais e constrangimento na vida íntima.

Plicoma anal dói?

Depende de paciente para paciente. Em alguns casos, a pele não é tão grande e excessiva, por isso, não esbarra tanto mas roupas íntimas nem incomoda como em situações mais graves, em que há fissura na pele.

De qualquer maneira, a protuberância na pele é motivo de constrangimento na maioria dos casos, principalmente em situações específicas, como no ato sexual, ir à praia ou andar de bicicleta. 

Causas mais comuns do plicoma anal

Sabe-se que o excesso de pele é causado por atrito repetitivo. Considerando que o atrito na região anal é recorrente, o acúmulo de pele passa a ser inevitável.

Outra causa a ser considerada é a consequência de uma hemorroida externa — saiba aqui como tratar hemorroida externa e ter mais conforto —, que chegou a inflamar e inchar na época e, quando cicatrizou, deixou o excesso de pele como cicatriz.

Não podemos nos esquecer das fissuras anais, feridas que podem ser acompanhadas de plicomas, ou mesmo causar os plicomas após a cicatrização.

Plicomas residuais: o que são?

Plicoma residual nada mais é do que o tecido da pele decorrente de uma cicatriz ou de um caso mais grave de hemorroida. Se após três meses essa protuberância persistir e não desinchar, o plicoma é considerado residual, podendo ser necessária uma cirurgia para retirada.

Pelinha no ânus ou plicoma? Como diferenciar?

O ânus é uma região delicada e “escondida” do nosso corpo. Por isso, às vezes fica tão difícil diferenciar o que está acontecendo nessa região do organismo.

Claro que o mais indicado é você procurar um médico para realizar o diagnóstico correto, mas vou te dar algumas dicas para você entender melhor a diferença entre as principais coisas que geram dúvidas:

• Pele no ânus: se você passou por uma cirurgia no ânus, teve hemorroida recentemente ou mesmo machucou a região anal por algum motivo, é normal que ocorra uma saliência durante uns dias, normalmente um mês;
• Plicoma: se esse relevo sai do ânus, está em excesso e te incomoda de alguma forma, procure um médico. Caso persista e continue piorando, o plicoma já pode ser considerado residual;
• Fissura anal: caracterizada por um pequeno corte ou rachadura no revestimento do ânus, provoca sangramento durante os movimentos intestinais e é uma doença considerada comum, por isso, é importante desenvolver cuidados adequados para prevenção e tratamento. 
• Hemorroida: existem quatro graus da doença. As de grau 1 são pequenas e raramente incomodam. As de grau 2 incham, mas murcham sozinhas com mais frequência. Demoram alguns dias para melhorar, e às vezes precisam da aplicação de pomadas. Já hemorroidas de grau 3 saem ao evacuar, incomodam, sangram. A hemorroida de grau 4 deixa o ânus com muitas peles para fora que não entram. 

As hemorroidas de graus 3 e 4 costumam ser mais confundidas com o plicoma, devido à pele mais ressaltada no ânus. De qualquer forma, esses dois tipos de hemorroida costumam evoluir dos graus 1 e 2. Por isso é tão importante iniciar o tratamento o quanto antes.

A hemorroida possui como característica a dor e o incômodo forte, enquanto o plicoma não costuma doer tanto assim.

Plicoma anal: cirurgia e pós-operatório

O tratamento do plicoma anal é cirúrgico: a retirada da pele é realizada sob anestesia local e sedação, mas o paciente não precisa ser internado. Os pacientes que passam pelo procedimento não costumam sentir dor, pois não são necessários pontos na pele. O retorno às atividades ocorre em torno de 7 dias.

É importante lembrar que nem sempre o plicoma anal gera alguma complicação. Por isso, é essencial consultar com um proctologista para que ele possa avaliar a necessidade ou não da cirurgia.

Pode ser que o plicoma incomode apenas por um tempo e, com o uso de medicamentos, ele melhore, ou fique uma pele externa no ânus, mas sem causar sintomas.

Estou com plicoma anal, e agora?

Como você já sabe, não pode deixar de procurar um proctologista. Alguns cuidados específicos para você tomar nesse momento:

• Evite o uso de papel higiênico; prefira duchas com jato fraco e seque bem a região com toalha, levemente;
• Não permaneça por muito tempo sentado no vaso sanitário, pois pode esticar a pele demais e forçar as veias da região;
• Beba bastante líquido, pelo menos 10 copos d’água ao dia;
• Não passe pomadas no ânus  sem indicação de um coloproctologista.

Dicas da Dra Hilma

As cirurgias do ânus requerem uma técnica muito especializada: o ânus não pode ser “esticado”, porque perde os movimentos de abrir e fechar, fica defeituoso, pode rasgar, sangrar e gerar graves complicações ao paciente. Isso acontece com pacientes operados por médicos de pouca experiência nesta área, sendo necessária, até mesmo, uma plástica anal.

Nas cirurgias que realizo, sempre aviso aos pacientes que pode ficar uma pele a mais no ânus, e são poucos os que desejam retirar os plicomas, se for necessário faço o retoque com excelente resultado.

Para saber mais sobre a saúde do aparelho digestivo e da região anal, continue lendo os artigos do nosso blog! Selecionamos dicas especiais para você.