Você já deve ter ouvido falar sobre incontinência urinária: é a perda involuntária de urina, ou seja, a pessoa não consegue segurar o xixi. E a incontinência fecal? Você já ouviu falar? Como o nome mesmo diz, trata-se da perda involuntária das fezes e também dos gases e, apesar de ser pouco falada, atinge pessoas de todas as idades, sendo mais comum na idade avançada, devido à flacidez dos músculos na região, que não controlam a abertura do ânus devidamente.

Realmente, o escape de fezes e gases é constrangedor. Por vezes, suja a roupa íntima, gerando enorme desconforto no paciente. As pessoas que passam por isso sofrem e, muitas vezes, não querem falar sobre o assunto. Não pense que acontece somente com você. Essa é uma disfunção mais comum do que as pessoas imaginam, mas existem várias formas de tratamento. Conheça agora mesmo.

Causas da incontinência fecal

A incontinência fecal está diretamente relacionada ao períneo, também conhecido como assoalho pélvico, que é um grupo muscular que fica na base da pelve, responsável pela sustentação de alguns órgãos (bexiga, vagina, útero e reto).

A causa pode ser congênita (natural) ou adquirida (quando a pelve passa por algum trauma):

• Acidentes;
• Relaxamento devido à relação anal frequente;
• Parto normal complicado;
• Cirurgias no períneo;
• Sequela de trauma na coluna;
• Derrames (AVC);
• Diabetes;
• Envelhecimento;
• Problemas neurológicos;
• Prisão de ventre.

A incontinência fecal predomina nas mulheres devido ao parto normal traumático. Acima dos 70 anos, a incontinência fecal é comum em ambos os sexos.

Principais tratamentos

Existem vários graus de incontinência: somente para gases, gases e fezes, somente fezes líquidas, entre outros, portanto, para cada caso há um tratamento indicado. Existe tratamento fisioterápico, ou seja, exercícios para fortalecer os músculos que constituem a pelve. Também há o tratamento cirúrgico, mas apesar das várias técnicas existentes, nem sempre o resultado é de 100%.

Nas mulheres jovens após o parto, a correção do períneo tem bom resultado. Já na idade avançada, os músculos têm flacidez natural e não apresentam boa recuperação da cirurgia.

A fisioterapia melhora a flacidez, evitando o constrangimento social, mas não cura totalmente.

Dicas da Dra Hilma

Todo problema, quando descoberto no começo, torna-se mais fácil de ser resolvido e tratado. Portanto, se você observar algum sintoma de flacidez anal como perda descontrolada de gases e fezes sem controle, consulte com o coloproctologista o mais rápido possível.

Algumas pacientes acham que “basta um ponto” fechando o ânus para resolver o problema, mas não é tão simples assim. Como você viu, a pelve é formada por um conjunto de músculos e, quando flácidos na idade avançada, não seguram bem os pontos da cirurgia.

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